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domingo, 24 de fevereiro de 2008

Anvisa autoriza venda e uso do Contracep no país

SÃO PAULO - O anticoncepcional injetável Contracep, da EMS Sigma Pharma, está liberado novamente para uso e comercialização. Após passar mais de três meses fora do mercado, por suspeita de não ter eficácia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) resolveu revogar a interdição de todos os lotes. A liberação foi publicada no Diário Oficial da União.

A liberação do medicamento se deu com base em recentes testes de eficácia. Ao todo, cinco laboratórios autorizados pela Anvisa realizaram verificações de segurança e de qualidade do produto. Os laudos não apresentaram problemas de segurança ou de eficácia.

A suspeita de ineficácia começou no final do ano passado, quando um laudo do Instituto Adolf Lutz de São Paulo encontrou três lotes do medicamento com uma quantidade menor de hormônios do que o esperado. Isso poderia representar uma ameaça ao efeito do remédio.

De imediato, a Anvisa suspendeu a venda do produto por 30 dias, o que acabou sendo renovado em dezembro por tempo indeterminado. Pelo menos três mulheres disserem ter engravidado, apesar de estarem usando o contraceptivo.

Uma delas foi a babá Isabel de Lima Rodrigues, de 19 anos, moradora de Ribeirão Preto, a 314 quilômetros de São Paulo. Ela diz ter certeza de que o medicamento falhou, pois ficou grávida em agosto, apesar de ter tomado o remédio em junho e setembro do ano passado. Isabel tinha outros planos para 2008. Mas, depois da gravidez inesperada, ela e o funileiro Fernando Santi Logal, de 28 anos, começaram a planejar o casamento, mesmo sem ter uma casa e com apenas poucos móveis comprados.

A secretaria Estadual da Saúde de São Paulo chegou a fazer uma série de inspeções na fábrica da EMS, em Hortolândia, a 100 quilômetros de São Paulo, onde é fabricado o Contracep. Nas vistorias, a secretaria encontrou mudanças não autorizadas pela Anvisa na composição do anticoncepcional. Havia lotes com apenas 81% da quantidade declarada do hormônio que impede a gravidez, o que reduziria a eficácia do medicamento.

Diário de S. Paulo
Plantão o Globo Publicada em 24/02/2008 às 16h13m

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