SÃO PAULO - Apesar de ser decisiva a diferença de preços que apresentam, as distinções técnicas entre cada tipo de medicamento - o de referência e o similar, ambos de marca, e o genérico - podem confundir o consumidor na hora da compra, deixando-o indeciso principalmente quanto à confiança que pode depositar em cada um.
Mesmo tendo encontrado o mais barato, antes de decidir qual deles comprar, é importante entender quais são as diferenças básicas entre as categorias de medicamentos:
- Medicamento de referência - segundo o superintendente corporativo do Hospital Sírio-Libanês e médico sanitarista, Gonzalo Vecina, o medicamento de referência é uma descoberta, o primeiro com aquelas características a ser lançado no mercado. É fruto de um período de pesquisas e testes realizados pela indústria farmacêutica e, desde o início das pesquisas até o lançamento do remédio no mercado, pode decorrer um período de até 15 anos.
Durante esse período, são feitos inúmeros estudos e testes para certificar a segurança do medicamento, ou seja, a garantia de que, ainda que ele não promova melhoras, não faça mal ao organismo. Há testes também para verificar a qualidade, garantindo que a produção em grande escala origine remédios exatamente iguais ao que foi produzido em laboratório. - Outro problema a ser resolvido é o acesso da população ao medicamento. Vecina afirma que "o remédio deve ser barato. Se for caro, qual a vantagem de se lançar um produto?" Segundo o médico, o preço desses medicamentos é mais alto, por ser calculado para, enquanto durar a patente (direito de propriedade da indústria, que impede a reprodução de cópias) do medicamento, a indústria ser remunerada pelos investimentos feitos na pesquisa. O período de validade da patente é de 20 anos.
- Medicamento similar - assim como o de referência, o medicamento similar possui marca e consiste em uma cópia de determinado produto inovador. Ele tem o mesmo princípio ativo do medicamento de referência, a mesma via de administração, a mesma dosagem, mas, segundo Vecina, não tem garantia obrigatória de eficácia.
"A legislação brasileira não exige que seja feito o teste de biodisponibilidade, a garantia de que o medicamento estará na corrente sanguínea ao mesmo tempo e na mesma quantidade do medicamento de referência", explica Vecina. O teste ainda assegura que a cópia terá as condições para atuar no organismo da mesma maneira que o produto original. - Medicamento genérico - é como o similar, ou seja, uma cópia do produto inovador, sendo, no entanto, vendido sem marca, trazendo apenas o nome do principio ativo. Por lei, assim como o produto de referência, o genérico deve passar por testes que confirmem sua eficiência no tratamento, segurança e qualidade.
O medicamento genérico é produzido, geralmente, depois que o período de patente do medicamento original termina. Por não serem comercializados com uma marca, é possível que sejam vendidos a preços mais baixos que os demais. A legislação brasileira determina que sejam, no mínimo, 35% mais baratos.
E agora?
As informações podem ajudar o consumidor a fazer sua escolha na hora de comprar um remédio. Entretanto, mesmo de posse delas, Vecina enfatiza que só há uma maneira realmente segura de comprar um remédio: indo ao médico. Apenas assim, o consumidor pode confiar que está adquirindo um produto seguro para sua saúde, e eficaz no seu tratamento.
O médico, de acordo com Vecina, já tem experiência no uso do medicamento, já pôde colher resultados de tratamentos anteriores com medicamentos de referência, similares e genéricos, e conhece os riscos e benefícios de cada um deles. Por isso, é importante que o consumidor não aprenda apenas a procurar pelos melhores preços, mas também a comprar apenas sob orientação médica, e nunca direto na farmácia.
Fonte: http://www2.uol.com.br/infopessoal/noticias/_HOME_TOP_1318293.shtml
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