Os supermercados estabeleceram metas para dobrar, até 2010, a participação das vendas de produtos de farmácia em seu negócio. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as 550 farmácias instaladas nos médios e grandes mercados devem chegar a 1.050 em dois anos. O faturamento previsto para 2008, de R$ 1,2 bilhão (5% do mercado farmacêutico total), deve dobrar para R$ 2,5 bilhões.
A ofensiva dos supermercadistas é um duro golpe para a pequena farmácia tradicional, modelo que tende a desaparecer, pois ainda compete com as grandes redes de medicamentos. De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) – que reúne 28 grupos empresariais, com 1,8 mil lojas –, as redes representam 27% do mercado de medicamentos e giram R$ 5,6 bilhões por ano (25% correspondem à venda de não-medicamentos).
Perdendo mercado, as farmácias e perfumarias continuam a apresentar resultados ruins, segundo a Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo (PCPV) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). As pequenas farmácias fecharam março com queda de 1,2% no faturamento ante igual mês de 2007. No acumulado do ano, a queda foi de 2,9%.
A perda acelerada de espaço para as grandes redes preocupa a Fecomercio, segundo a qual a venda de remédios mantém crescimento constante no Brasil. Os medicamentos genéricos cresceram 20,1% em volume de unidades comercializadas em 2007 ante 2006. De acordo com a consultoria IMS Health, que acompanha o mercado farmacêutico, no ano passado foram comercializados 233 milhões de unidades de genéricos no Brasil, ante 194 milhões em 2006.
Segundo a consultoria, as vendas de genéricos movimentaram US$ 1,522 bilhão em 2007. O volume é 44,3% superior ao de 2006, quando somou US$ 1,054 bilhão. O mercado de genéricos cresceu mais de quatro vezes acima da expansão da indústria, que ampliou as vendas em 5,6 %, em unidades, em 2007.
A indústria farmacêutica brasileira comercializou 1,51 bilhão de unidades no ano passado, ante 1,43 bilhão em 2006. Em valor, o mercado farmacêutico cresceu 23,6 %, para US$ 12,1 bilhões.
A concentração no setor é inevitável, afirma o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. "É uma tendência mundial porque as grandes redes têm maior poder de negociação com os fornecedores, e podem oferecer melhores preços. Isso é muito importante para um setor como o de farmácias, com margem de lucro baixa, que chega a 3%".
Mais lojas –As grandes redes de varejo já perceberam o tamanho do mercado de farmácias para seus negócios. A norte-americana Wal-Mart vai abrir 40 farmácias nos corredores de serviços de suas lojas brasileiras este ano, aumento de 30% no número de drogarias da empresa no País, hoje em 134. Pão de Açúcar e Carrefour também estão na disputa. O Carrefour fechou 2007 com 102 farmácias em suas lojas.
FONTE: Diário do Comércio\ Panews
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