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terça-feira, 28 de abril de 2009

Fabricante tenta tirar Athos Farma da crise

Apreensiva com o desenrolar da crise financeira enfrentada por um grande atacadista, a indústria farmacêutica avalia que chegou a hora de ajudá-lo. Fabricantes estão dispostos a socorrer a Athos Farma, evitando que uma dívida de curto prazo sufoque a quarta maior distribuidora de medicamentos do país.
A intenção é aceitar o plano de reestruturação de dívida com fornecedores da Athos, alongando prazos e reduzindo seus custos. Avaliações extraoficiais indicam que a dívida da atacadista esteja acima de R$ 50 milhões. Um grupo de bancos, liderados por Santander, HSBC, Banco Votorantim e Itaú BBA, está à frente da operação.

"Criamos uma situação de dependência muito grande nas mãos de poucos atacadistas", diz o presidente de uma grande farmacêutica, que prefere manter-se no anonimato. "Foi um erro, mas é melhor salvar a Athos do que deixar agonizando."

Nas últimas semanas, entrevistas com quase uma dezena de executivos de fabricantes de medicamentos, entre nacionais e multinacionais, representantes de distribuidoras e consultores ajudaram a pintar um retrato da situação financeira da Athos Farma, empresa não-listada na Bolsa de Valores. Procurados, os bancos não quiseram comentar o assunto. O Valor fez três pedidos de entrevista à Athos, mas não obteve retorno.

As empresas atacadistas movimentam grande volume de mercadorias, faturam alto (a receita bruta da Athos é superior a R$ 2 bilhões), mas operam com margens pequenas, entre 2% e 3%, insuficientes para gerar caixa para liquidar uma dívida deste tamanho, em especial de curto prazo.

O quadro retratado pelas fontes indica que a Athos enfrenta escassez de capital de giro, tem pago alguns títulos em cartório e vem recebendo cada vez menos mercadorias dos fornecedores. Farmacêuticas estrangeiras só vendem à vista ou com fiança bancária. Alguns laboratórios nacionais têm esticado suas linhas de crédito, mas de forma cautelosa.

Funcionários têm visto as atividades definharem. Centros de distribuição, como Brasília e Serra (ES), estão vazios sem medicamentos para pronta entrega às farmácias. Numa página do site de relacionamento do Orkut, uma sondagem realizada pelos integrantes da comunidade Athos Farma pede para que votem sobre qual das filiais será fechada e se a empresa irá falir. "Vamos escapar desta", diz um funcionário num 'post'.
A Athos, controlada pela família Athouguia Dias, cresceu muito rápido nos últimos anos tentando aproveitar uma transformação no mercado de distribuição. Mas a falta de disciplina na gestão financeira trouxe complicações, segundo fontes.
A indústria procura salvar a Athos para evitar ainda mais a dependência dos negócios em poucos atacadistas - os quatro maiores giram mais de 45% do volume de medicamentos fabricados por 50 grandes indústrias. As três primeiras são Panarello, Santa Cruz e Profarma

A Athos foi uma das escolhidas no início da década pelos fabricantes de medicamentos para mudar o panorama de distribuição de medicamentos no país. Até então, prevaleciam várias empresas, em um mercado fragmentado e regionalizado, convivendo com vários regimes tributários, onde a venda sem nota fiscal era estimulada.

Selecionada, a Athos, resultado da fusão da Intermed (fundada em 1962 pela família Dias) e da Ita Representações em 2002, cresceu e aproveitou o movimento de consolidação incentivado pela indústria. Gestão, escala de distribuição, eficiência e estrutura de custos passaram a ser priorizados no negócio da atacadista com vista a abertura de capital.
Ao mesmo tempo em que organizava a empresa, a família Dias, que possuía cerca de um terço da empresa, decidiu comprar a participação dos demais sócios. Segundo apurou o Valor, a operação foi realizada com recursos bancários de curto prazo, ajudando a elevar o endividamento.
A Athos, cuja sede administrativa fica em Belo Horizonte e a presidência no Rio de Janeiro, possui 17 centros de distribuição - os mais antigos ficam no Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Para ampliar a abrangência no Sul do país, fechou em maio de 2007 acordo para a compra de 51% da ANB Farma, uma distribuidora de porte médio, localizada no Rio Grande do Sul. A operação exigiu mais caixa.

A partir daí, os problemas foram se agravando. Depois de ver a rival Profarma estrear no fim de 2006 na Bolsa de Valores, captando mais de R$ 300 milhões, o lançamento de ações no mercado de capitais ficou desfavorável, e a Athos Farma passou a enfrentar dificuldades para rolar sua dívida com os bancos.

Em agosto de 2008, Luciana Dias, acionista e presidente da Athos, anunciou acordo com Alliance Boots, maior rede de varejo e distribuição da Inglaterra, para venda de 25% do seu capital. O acordo com os ingleses, que vinha sendo costurado por quatro anos, surgiu como salvação para liquidar as obrigações assumidas durante o ciclo de rápido crescimento.

Mas o dinheiro dos ingleses até agora não apareceu. "Infelizmente, não temos nenhuma novidade sobre a transação", disse por e-mail um porta-voz da Alliance Boots, controlada pelo fundo de investimentos em participações de empresas Kohlberg, Kravis, Roberts & Co. (KKR), cujos negócios também foram afetados pela crise global.

Em setembro de 2008, ainda sob o impacto do anúncio do acordo com a Alliance Boots, a Athos lançou um fundo de recebíveis, no valor de R$ 190 milhões. A operação do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (Fidc) teria deixado alguns credores bancários satisfeitos por trocar suas dívidas.

Mas, sem cumprir as metas prometidas de gerar novos créditos de recebíveis, o fundo saiu do enquadramento financeiro e foi liquidado no fim de março pelos investidores, três anos e meio antes do prazo acertado.

Agora, a Athos espera a ajuda dos fabricantes de medicamentos. "Em termos operacionais, ela é uma das melhores empresas do setor", diz um presidente de uma grande farmacêutica. "Mas terá de provar que é boa também para resolver os problemas financeiros."

FONTE: VALOR ECÔMICO (André Vieira, de São Paulo) em 14.04.09

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Embalagem de remédio deverá ter alerta para motorista

O governo federal deu o primeiro passo para a entrada em vigor de uma espécie de "lei seca" voltada aos usuários de medicamentos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer que, nas embalagens de remédios que provoquem sonolência ou efeito sedativo (analgésicos, antialérgicos, antibióticos e psicotrópicos), venham a mensagem de alerta "se tomar não dirija". A proposta de restrição, que por ora não prevê nenhuma multa, tem o objetivo de reduzir os acidentes.

Para entrar em vigor, o projeto passará por um processo de consulta pública, que vai ocorrer até 11 de maio. "Vamos receber sugestões da indústria, dos consumidores e da comunidade médica. Depois, quando o texto estiver consolidado, passará pela diretoria colegiada da Anvisa", afirma a gerente geral de medicamentos da pasta, Nur Shuquiara, que estima que, até dezembro, a portaria vai estar publicada.

A medida de alertar para os riscos ao volante promovidos pelo uso de alguns tipos de remédios atende às reivindicações de dois ministros do País: o da Saúde, José Gomes Temporão, e o das Cidades, Márcio Fortes. Ambos já afirmaram ser necessária uma proposta mais incisiva de restrição à direção para quem estiver sujeito aos efeitos de alguns medicamentos. Fortes levanta uma bandeira pessoal na causa. Seu filho de 23 anos morreu em um acidente de carro no Rio de Janeiro, em 2004. Análises mostraram que a tragédia foi influenciada pela ingestão de altas doses de antibióticos por causa de dor de dente na semana.

Estudos
Ainda não existem estudos científicos que comprovem a relação entre acidentes automobilísticos e uso de remédios. Mas o que sustenta a proposta do governo são três fatores principais: as 35 mil mortes anuais no trânsito brasileiro; o hábito da automedicação, praticado por 40% da população, e o que aumenta o desconhecimento dos efeitos na direção; além do aumento da idade dos motoristas (os condutores com mais de 60 anos na capital paulista representavam 8,2% do total em 2003 e hoje já somam 9,8%), faixa etária que, no geral, precisa tomar mais remédios ao mesmo tempo.

Os efeitos dos remédios dependem do tempo de tratamento, de associação com álcool, outros medicamentos ou drogas, e de fatores como peso, altura e etnia. De acordo com os especialistas, o recomendável é um período de pelo menos 6 horas entre a ingestão de um remédio e o ato de dirigir um carro.

FONTE: Portal Abril  / Panews

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Gigante britânico GSK compra laboratório americano Stiefel

O gigante farmacêutico britânico GlaxoSmithKline (GSK) anunciou a compra do laboratório americano Stiefel, especializado em produtos dermatológicos, em uma transação total de 3,6 bilhões de dólares.
"GSK e os Laboratórios Stiefel anunciam que assinaram um acordo para criar o maior líder especializado em dermatologia", afirma um comunicado conjunto.

"Segundo os termos do acordo, GSK comprará o total do capital do Stiefel por 2,9 bilhões de dólares", completa o texto.

A empresa britânica assumirá ainda 400 milhões de dólares de dívida do Stiefel e poderá efetuar um pagamento complementar de US$ 300 milhões, em função dos futuros resultados da companhia adquirida.

O acordo com o Stiefel, especializado em cremes antirrugas, tratamentos contra a acne e outros produtos para a pele, já havia sido antecipado pela imprensa americana.

FONTE: Terra / Panews

Governo anuncia novas regras para Programa Aqui Tem Farmácia Popular

(Divulgação) - O Ministério da Saúde publicou uma portaria com novas normas de operação e funcionamento do programa Aqui tem Farmácia Popular, rede credenciada de farmácias privadas que oferece a preço de custo medicamentos para diabetes, hipertensão e anticoncepcionais. Pelo programa, o governo federal subsidia até 90% do valor dos produtos e o cidadão paga o restante. No ano de 2008 foram 14,92 milhões de atendimentos aos brasileiros. E os investimentos no programa saltaram de R$ 42 milhões, em 2006, para R$ 325 milhões em 2008, valor oito vezes maior em dois anos.

Entre diversas modificações que vão aprimorar o programa, está a retenção da cópia da receita na farmácia, feita no momento da venda. Este documento deve ficar guardado pela farmácia por até cinco anos. A medida tem como intuito facilitar a checagem de dados por técnicos do programa, quando necessário. Os estabelecimentos também deverão manter as notas fiscais de aquisição dos medicamentos dos fornecedores.

Para comprar medicamentos por meio do programa é necessário apresentar RG ou carteira de motorista com foto e CPF, além da receita com indicação médica. A foto é importante para impedir a compra por terceiros, proibida segundo a portaria.
A partir de agora, também foi reduzido o prazo de validade da receita de 180 dias para 120 dias. Das receitas médicas deverão constar o número do registro do médico no Conselho Regional de Medicina, além da assinatura e endereço do consultório.

FONTE : http://jornalcidade.uol.com.br/paginas.php?id=42029

sábado, 18 de abril de 2009

Portaria No 749 de 16.04.2009 sobre Farmácia Popular do Brasil

Veja a nova portaria, publicada no DOU de 16 de abril de 2009, que regulamenta a expansão do programa para a rede privada.

Ao final do arquivo há uma tabela demonstrando como é o cálculo que o Governo efetua para encontrar quanto será arcado pelo Ministério da Saúde, ficando o saldo a pagar pelo consumidor final.

Portaria 749

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Câmara aprova proibição da venda de antibióticos sem receita

De caráter conclusivo, o texto segue para análise do Senado
De acordo com a Agência Camara, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou , o Projeto de Lei 6492/06, da deputada Sandra Rosado (PSB-RN), que proíbe a venda de antibióticos humanos e veterinários sem receita médica. Pela proposta, as farmácias serão obrigadas a reter a receita do paciente, "para evitar nova compra imediata", e um farmacêutico deverá orientar o consumidor quanto ao uso, dosagem, duração do tratamento, reações adversas e outras informações consideradas indispensáveis para sua utilização.

O relator na comissão, deputado Regis de Oliveira (PSC-SP), defendeu a aprovação do projeto com emenda que retira a obrigatoriedade de o Poder Executivo regulamentar a lei no prazo de 90 dias, que constava na proposta original. A redação aprovada não estabelece nenhum prazo, porque, segundo o deputado de São Paulo, isso é inconstitucional, "uma vez que não cabe ao Poder Legislativo estabelecer obrigações para o Executivo".

FONTE: Panews / Guia da Farmácia

Farmácias de Pernambuco ainda não vendem medicamentos fracionados

Nenhum dos três mil estabelecimentos do Estado está de acordo com o decreto de 2006, que regulamenta essa venda; balconistas desobedecem padrões da Anvisa

O que fazer quando um médico passa uma receita e manda você tomar sete comprimidos durante uma semana, mas, na farmácia, a embalagem do medicamento só é vendida com dez comprimidos? Por que nem todas as farmácias vendem o remédio fracionado?

A funcionária pública Dilma Guerra se fez essas perguntas depois que contraiu uma virose e o médico receitou que tomasse, durante uma semana, um comprimido por dia. “Quando cheguei à farmácia, só tinha caixa com dez comprimidos e tive que comprar”, conta. “Me informaram que lá não tem venda fracionada”.

A venda fracionada de remédios já está regulamentada no Brasil há três anos. O decreto federal é de maio de 2006, mas ainda está longe de ser cumprido. De acordo com o gerente geral da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Jaime Brito, nenhuma das três mil farmácias do estado segue os requisitos determinados pela lei.

“Identificamos problemas como as condições de higiene e a falta de uma bancada exclusiva para o fracionamento”, disse. “Além disso, deve haver um farmacêutico durante todo o horário de funcionamento do estabelecimento, porque somente esse profissional pode fracionar o medicamento”.

O presidente do Sindicato das Farmácias de Pernambuco afirma que não é apenas aqui no Estado, mas em todo o Brasil, que a lei não é cumprida. Para ele, isso está ocorrendo, principalmente, por dois motivos: os laboratórios não produzem os remédios fracionados e as farmácias teriam que fazer um investimento muito alto para se enquadrar no que determina o decreto federal.

“A primeira dificuldade é que não tem farmacêuticos suficientes em Pernambuco para todas essas farmácias, a outra é que os custos com a burocracia e com as adaptações necessárias para fazer o fracionamento dos remédios é muito grande”, afirmou.

Com uma câmera escondida, a equipe do Bom Dia Pernambuco flagrou a venda fracionada de medicamentos fora dos padrões determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em uma Farmácia do Trabalhador do bairro da Iputinga, no Recife, o balconista usou uma tesoura para cortar a cartela do antibiótico amoxilina.
fracionado

Em outra farmácia do bairro de Maranguape, em Paulista, mais irregularidade. Veja o que afirma o balconista:
- Pela quantidade, né? Se não for assim a gente não vende. Eu tenho 40 anos nessa desgraça... Se a Vigilância Ssanitária encontrar medicamentos abertos, ela leva. A gente vendendo solto, vende muito, mas se for a caixa não sai nada. Essa caixa ninguém compra, quem vai comprar?

A reportagem voltou depois às duas farmácias e os mesmos homens negaram que vendiam, irregularmente, medicamentos fracionados. O gerente da Apevisa, Jaime Brito, diz que os balconistas podem ser multados.

“Eles estão cometendo uma infração sanitária prevista por lei”, explica. “A penalidade pode ser desde uma advertência até a interdição do estabelecimento e uma multa, dependendo do dano que ele possa ter causado à saúde de um paciente”.

AUTOMEDICAÇÃO

Outra questão importante é a venda de medicamentos sem prescrição médica. De acordo com a médica Márcia Jaqueline Sampaio, cerca de 50% das vendas dos medicamentos que não precisam de receita são casos de automedicação.

“O uso de antibióticos em dose e tempo inadequados causa uma resistência bacteriana, ou seja, mas bactérias se tornam mais fortes e quando houver uma nova infecção, vai necessitar um internamento e o uso de antibióticos mais agressivos e caros”, explica.

“É um ciclo vicioso. Além disso, o uso de certos medicamentos pode provocar hemorragia, alergias e até intoxicação em crianças por causa de uma dose inadequada”. Ela lembra que as pessoas devem ir primeiro a um médico e depois à farmácia, onde devem exigir que o balconista venda exatamente o que o médico prescreveu na receita.

FONTE: www.pe360graus.globo.com

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sanofi conclui compra da Medley por R$ 1,5 bilhão

São Paulo - O grupo francês Sanofi-Aventis fechou a compra do laboratório farmacêutico brasileiro Medley. A aquisição deve ser assinada hoje e anunciada na semana que vem. Trata-se de um negócio de R$ 1,5 bilhão. Pelo menos R$ 500 milhões devem ir para o bolso do controlador, o ex-piloto de stock car Alexandre Negrão. Mas esse valor pode subir e chegar a R$ 1 bilhão, caso não surjam eventuais surpresas não detectadas antes do acordo, segundo uma fonte próxima à operação. A dívida do grupo será descontada do restante. Procuradas, a Medley não quis comentar o assunto; a Sanofi não respondeu às ligações.

A aquisição do laboratório Medley, que disputa com a EMS a liderança na venda de genéricos, é o passaporte para a Sanofi entrar definitivamente no segmento que mais cresce nessa indústria. A atuação dos franceses no País ainda é muito tímida. Desde agosto de 2007, vendem genéricos com a marca Winthrop. Embora tenha uma situação financeira delicada, a Medley é considerada uma marca forte e respeitada e tem uma das fábricas de genéricos mais modernas do Brasil.

Com faturamento de 601 milhões de euros em 2008 (cerca de R$ 1,8 bilhão), a Sanofi é líder na venda de medicamentos no País. No mundo, o grupo francês é um gigante com receitas de 27 bilhões de euros (R$ 82 bilhões) e cerca de 100 mil funcionários. Nos seus relatórios financeiros, tem destacado a importância de Brasil, China, Rússia, Índia e México, que ela considera "mercados do amanhã". Juntos, esses países crescem acima de dois dígitos e já representam 23,7% do faturamento do grupo. Entre os emergentes, o Brasil é o maior mercado da Sanofi. Mas, embora viesse crescendo acima de 10%, no ano passado avançou somente 1,4%.

FONTE: As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

São Luís em 01-04-09 :TAC sobre regulamentação de farmacêuticos será reavaliado.

O presidente do Sincofarma não concorda com as novas propostas sobre assistência plena.



Representantes do MP, CRF/MA e Sincofarma durante a audiência.

O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que regulamenta a permanência de farmacêuticos em tempo integral nas farmácias maranhenses será reavaliado num prazo de 30 dias. A decisão foi tomada ontem, depois que o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Maranhão (Sincofarma), Benilton Gonçalves Diniz se recusou a assinar o documento. A audiência pública aconteceu ontem na Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, na Cohama.
Além do promotor Herbeth Figueiredo e do presidente da Sincofarma participaram da audiência a presidente do Conselho Regional de Farmácia, Meirijane Limera de Oliveira, o representante do Conselho Federal de Farmácia, Ronaldo Ferreira Filho, o superitendente da Vigilância Sanitária Estadual, Arnaldo Neres Garcia e representantes do Procon, da Vigilância Sanitária Municipal e donos de farmácias locais entre outros.
O TAC vigente atualmente é regulamentado pela lei 5.991/93 na qual estabelece que as farmácias devem contar com a presença do farmacêutico em tempo integral. Entretanto, não é o que acontece. É freqüente encontrar várias farmácias sem a presença desse profissional. O acordo determina que o funcionamento das 8h às 22h tenha um farmacêutico trabalhando durante oito horas e em farmácias 24h é necessária a presença de dois desses profissionais. O termo foi criado em 2000, sendo reavaliado em 2002.
“Desde 2002 estamos buscando mudanças. Muitos anos já se passaram e precisamos garantir que a população seja orientada de forma correta na utilização dos remédios. E somente o farmacêutico está habilitado para isso” afirma a presidente do Conselho Regional de farmácia, Mary Jane Limeira.
Herberth Figueiredo fez algumas alterações no documento para evitar que cause muitos transtornos para as pequenas farmácias. Entre as mudanças propostas pelo Ministério Público Estadual na audiência de ontem estão: um ano para adaptação e aplicação da lei a partir do dia da assinatura; a fiscalização tanto pela Vigilância Sanitária quanto pelo Conselho Regional de Farmácia deve ser no mínimo trimestral; a multa para caso não sejam cumpridas as exigências variam de 3 a 5 mil para o profissional; deve haver um espaço no termo de Fiscalização da Vigilância Sanitária para explicar o porque da ausência dos farmacêuticos caso não estejam presentes no dia da fiscalização; e a revisão periódica de 5 em 5 anos do TAC.

Sem acordo
Entretanto, o presidente do Sincofarma, Benilton Gonçalves, não aceitou essas mudanças. “Devemos primeiramente fazer valer o que o TAC determina atualmente, para a partir fazer valer a Assistência Plena. Nós só queremos resultados”. Segundo ele, a quantidade de profissionais da área farmacêutica é menor que o número de farmácias existentes.
Em todo Maranhão são cerca de 3 mil farmácias, enquanto só tem 2.002 farmacêuticos disponíveis. “Muitos deles não trabalham só nas farmácias, priorizando sempre os outros serviços. Essas mudanças só vão nos prejudicar mais. Teremos que aumentar o número de funcionários e eles não vão continuar aparecendo do mesmo jeito” conclui.
Uma das responsáveis pela fiscalização da presença dos farmacêuticos é a Vigilância Sanitária Municipal. Segundo uma das fiscais presente na audiência, Yara Berto, eles ainda encontram uma grande quantidade de farmácias com a ausência desses profissionais. Esse percentual chega a 60%. Berto confirma que vão exigir o cumprimento do farmacêutico durante o expediente de acordo com o termo em vigência.
Segundo o representante do Conselho Federal de Farmácia, Ronaldo Ferreira Filho, o uso indiscriminado de remédios é a segunda causa de internação em São Luís. “A cidade tem condições de implantar a assistência plena nas farmácias a exemplo de outras capitais. Com ela todo mundo sai ganhando, a sociedade, o proprietária da farmácia e até o farmacêutico”, finaliza.

FONTE: Danielle Morais -  O Imparcial – EM 01/04/09