Spa na farmácia
A cliente escolhe o produto de beleza que mais a agrada em uma prateleira recheada de cosméticos Dior, Lancôme, Dolce & Gabbana e outras 62 grifes de renome. Em seguida, é atendida por um séquito de profissionais de beleza, como esteticistas, maquiadores e massagistas sem pagar um tostão a mais pelos serviços. A cena acima acontece todos os dias e não é em algum spa cinco-estrelas. Tudo isso se passa em uma farmácia, ou melhor, na Onofre MegaStore, um dos cinco pontos-de-venda premium da Drogaria Onofre, rede com 35 lojas e faturamento de R$ 550 milhões por ano. Até então, o serviço era encontrado apenas na rua Oscar Freire, em São Paulo. Na semana passada, contudo, esse conceito de atendimento deixou de ser exclusividade da capital paulista. O chamado beauty lounge foi inaugurado na loja de Porto Alegre e, dali, irá para outros três pontos da rede. Além dos espaços em funcionamento, a empresa estuda abrir ainda outras duas lojas premium no Rio de Janeiro e mais uma em Brasília. "Até 2010, serão oito megastores com espaços exclusivos como esses", planeja Marcos Arede, diretor comercial da Onofre. Para isso, a rede investirá pesado.
Cada nova megastore consome cerca de R$ 5 milhões em investimentos - R$ 500 mil só no beauty lounge. As lojas, que possuem em média 1,1 mil metros quadrados, têm 25% de seus espaços dedicados à nova idéia. "Criamos um ambiente de bem-estar para o nosso cliente", explica o executivo. O preço dos produtos, entre cosméticos de linhas femininas e masculinas, fragrâncias, batons e demais artigos voltados à estética, varia de R$ 30 a R$ 500. Só para atender esse público exclusivo, cada beauty lounge possui 18 profissionais, entre consultoras de beleza, esteticistas, massagistas, farmacêuticos e maquiadores. "Nosso quadro de funcionários é 30% maior do que o necessário", revela Arede. Exagero? "As grifes foram muito exigentes para participar do projeto", completa.
Para as marcas, a entrada na farmácia é uma questão de demarcação de território. "Além de ser um espaço diferenciado, os principais concorrentes do mercado estão lá", comenta Evelyse Britto, diretora do grupo LVMH, conglomerado francês dono de grifes como Kenzo, Dior e outras marcas consagradas. Apesar de o segmento de medicamentos ainda ser responsável por 65% das vendas da empresa, a presença de conceituadas marcas de cosméticos em seu portfólio é crucial. Até porque, nas megastores, os produtos que não são medicamentos representam 60% das vendas. "O setor de farmácias está sendo invadido por produtos ligados à estética, à beleza e ao bemestar em geral", analisa Renato Alves, consultor de varejo da Flemming Associados, empresa especializada na área de saúde. "A presença de marcas de luxo agrega valor à imagem da companhia", reforça Guilherme Belluzo, sócio-consultor da Top Brands, especializada em marcas. Não precisa nem retocar a maquiagem.
FONTE: IstoÉDinheiro / Panews
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