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sábado, 23 de agosto de 2008

PF usa algema para prender líder de quadrilha no Paraná

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira oito integrantes de uma quadrilha internacional que utilizava o correio para envio de remédios de tarja preta ao exterior. O líder do grupo, Miguel (a PF não divulga seu sobrenome), conhecido como "Monstro", foi algemado, contrariando a súmula que recomenda o uso de algemas em casos de extrema necessidade. A assessoria de imprensa da PF informou que o criminoso era muito forte fisicamente e representava riscos para os policiais que o prenderam.

Segundo a PF, é uma questão de segundos prender criminosos e não há tempo para calcular se a equipe correrá riscos ou não na hora da prisão.

Com o grupo criminoso, que faturava cerca de US$ 300 mil por ano, foram apreendidos cerca de 20 mil comprimidos de remédios como morfina, tranqüilizantes e psicóticos, que são drogas usadas para controle da dor e doenças mentais. Além dos medicamentos, os policiais apreenderam R$ 22 mil em dinheiro, uma pistola, além de comprovantes de envio das mercadorias por correspondência, com total de 12 mandados de busca e apreensão.

Os investigadores acreditam que a quadrilha tenha usado laranjas pela quantidade de documentos falsos encontrados, como RGs e CPFs.

A operação identificou que "Monstro", dono de uma distribuidora de medicamentos, negociava pela internet o envio dos remédios via correio aos Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa. O principal medicamento negociado chamava-se Oxicotin, um medicamento que tem como principio ativo o ópio.

"Os remédios seguiam pelo correio disfarçados como complexos vitamínicos para suplemento alimentar de atletas, que são permitidos", revelou a assessoria de comunicação da PF.

Além do líder da quadrilha e sua esposa, a polícia cogita que cinco grandes redes de farmácia possam estar envolvidas no esquema, já que foram detidos funcionários de farmácias de Curitiba e região metropolitana. Os nomes das redes e dos presos não foram divulgados, porque fazem parte da segunda etapa da investigação, que vai checar se havia participação dos proprietários, bem como de clínicas e hospitais da capital.

A operação, apelidada de "Tarja Preta", teve início há três meses, quando foram apreendidos 450 comprimidos pela Drug Enforcement Administration (DEA), agência americana antidrogas. Na ocasião, foram presos dois americanos que estavam retirando as mercadorias ilegais no correio.

O esquema começava em salas de bate-papo na internet, onde os interessados podiam entrar em contato com a quadrilha. As vendas eram feitas exclusivamente para o exterior, principalmente Estados Unidos, Canadá e países europeus. Depois de fechar o negócio, o comprador fazia a transferência do dinheiro através da Western Union.

A origem dos produtos seriam as farmácias envolvidas no esquema, com a participação de funcionários, farmacêuticos e até proprietários. A polícia não descarta a hipótese da existência de um distribuidor, possivelmente dos Estados Unidos, que despachava a mercadoria para outros países.

Da Agência Globo

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